• traduzir para ingles traduzir para espanhol traduzir para Português

Óbidos é uma bela cidade na Amazônia brasileira com uma antiga história que esteve sempre ligada à sua importante posição geográfica. Esta encontra-se na margem mais estreita de todo o rio Amazonas. Daí, há várias fortificações na cidade e arredores. Os seus vastos exemplos de arquitetura colonial, fazem de Óbidos “a mais portuguesa das cidades do Estado do Pará”. Visitar o Brasil e não passar por Óbidos, é deixar para trás um destino importante que vale a pena conhecer.

Óbidos é uma cidade tranquila com imenso patrimônio da altura dos portugueses. Além de várias casas com arquitetura muito bonita, a Praça de Santa Ana e a zona do porto, pode-se ainda explorar a Serra das Escamas e o Laguinho com uma viagem de lancha. Passei aqui uns dias e gostei muito de ter descoberto um pouco mais da cidade localizada na famosa “A Garganta do rio Amazonas”.

VISITAR ÓBIDOS – O IMPORTANTE A SABER

O núcleo histórico de Óbidos, vila e sede de município do Estado de Pará com cerca de 50 mil habitantes, foi um forte ali erigido em 1697, na margem esquerda do rio Amazonas. Hoje em dia a sua economia assenta na produção de fibra de juta, de castanha do Pará e na pesca, estando a localidade equipada com um porto fluvial adequado onde atracam embarcações que escoam estas produções. Óbidos é de imenso interesse para o visitante, que ali poderá explorar a Serra da Escama e a Fortaleza Gurjão e apreciar o vasto patrimônio arquitetônico do período colonial. Afinal de contas, Óbidos é conhecida como “a vila mais portuguesa do Pará”. Ao longo do ano existem duas ocasiões que chamam até Óbidos um elevado número de visitantes: o Carnaval, aqui chamado de Carnaupaxis, e que dura sete dias e, em Julho, as festas da Santa Padroeira, Sant’Ana, também conhecidas como Boi-Bumbá.

Dicas rápidas para Óbidos:

  • Acorde cedo e seja o primeiro a entrar nos monumentos, museus ou outros locais de interesse
  • Faça uma viagem subindo o rio Amazonas numa canoa a motor
  • Explore a Fortaleza Gurjão
  • Na Praça da Cultura todos os fins de tarde, os jovens juntam-se para jogar à bola e se divertirem

Para saber quando ir à Óbidos você precisa de se informar um pouco melhor acerca das suas estações e clima. A melhor altura para visitar a Óbidos é entre Abril e Outubro, momento em que as temperaturas se encontram amenas e sem chuva.

Os melhores locais de Óbidos

  1. Palácio José Veríssimo
  2. Mercado Municipal
  3. Docas de Óbidos
  4. Mirante do Desagravo
  5. Praça da Cultura
  6. Serra da Escama e Fortaleza Gurjão
  7. Igreja Paroquial de Sant’Ana
  8. Casas de estacas
  9. Forte de Santo Antônio dos Pauxis
  10. Arquitetura colonial portuguesa no centro da cidade
  11. Canal igarapés de água cristalina do Curuçambá
  12. Aldeia Bela Vista
  13. Boi-bumbá – Festa da padroeira Senhora Sant’Ana (mês de Julho)
  14. Carnaval de Óbidos – Carnapauxis

O QUE VISITAR EM ÓBIDOS

1- MERCADO MUNICIPAL

O primeiro mercado municipal de Óbidos localizava-se na rua Siqueira Campos e era feito de madeira, construído em 1891 pelo Coronel Rodrigues Bentes, prefeito da altura. Em 1925 foi esse edifício demolido para dar lugar a uma construção mais adequada, em alvenaria, que ainda hoje podemos ver. Foi desenhado pelo arquitecto Jose Sidrin e inaugurado a 8 de Dezembro de 1926. Inicialmente tinha capacidade para vinte e dois espaços de venda e hoje continua activo, como ponto de compra e venda de frutas, legumes e carne, mas as condições começam a faltar: não existem câmaras frigoríficas e sobretudo a carne é mantida e exposta de forma desadequada.

2- SERRA DA ESCAMA E FORTALEZA GURJÃO

A Serra da Escama não é só um interessante fenômeno geográfico localizado junto à margem esquerda do Amazonas, num ponto onde o rio estreita bastante. É também fonte de observações de vestígios humanos de períodos distintos. Uma delas é uma misteriosa inscrição que parece representar o Sol e a Lua, que foi estudado que foi estudada pelo geólogo canadiano Charles Frederick Hartt em 1867 e mais tarde associada à imagem do deus da pesca dos índios Muraykitã. Por outro lado existem sinais de que o topo da serra teria sido usado como cemitério por estes nativos. Em 1902 iniciaram-se os estudos com vista à instalação no local de uma fortificação equipada com pesadas peças de artilharia para defesa do rio. Assim se fez e o forte Gurjão viu acção nos conflitos internos de 1924 e 1932. Hoje em dia restam as velhas e devassadas peças Armstrong que vieram substituir as originais Krupp. Pode-se caminhar até lá mas será melhor esperar pela época vazante do rio.

3- IGREJA PAROQUIAL DE SANT’ANA

Também conhecida como Igreja Matriz de Sant’Ana foi a primeira de Óbidos, existindo apenas antes dela a pequena capela do forte. O projeto de uma atual igreja nasceu aquando da criação da vila e paróquia da Óbidos, em 1758, tendo sido escolhida a praça do pelourinho para a erigir. Contudo o templo então criado degradou-se rapidamente e aquando da sua visita de 1784 o Governador do Grão-Pará, Martinho de Souza e Albuquerque, ordenou a construção de uma nova igreja, a que hoje ali vemos. Contudo apenas em 1827 foi inaugurada, tendo o longo período de trabalhos sido causado pelas tensões entre o Estado e a Igreja. Em meados do século XIX a igreja foi renovada e já no século XX o seu interior sofreu uma grande perda com a demolição do altar principal. Em 2012 iniciou-se outra obra de renovação.

4- FORTE DE SANTO ANTÔNIO DOS PAUXIS

O Forte dos Pauxis, localizado no estreito de Óbidos, foi um dos quatro fortes construídos pelo capitão Francisco da Mota Falcão às suas custas. O posicionamento dos fortes foi indicado pelo Governador, António de Albuquerque Coelho de Carvalho, tendo obtido em contrapartida o governo vitalício de um deles. Na realidade, foi o seu filho, Manoel da Mota Sequeira, que concluiu os trabalhos. Quanto ao dos Pauxis, foi terminado em 1698 e não passava de uma pequena fortificação construída em taipa de pilão. A sua missão era registar o tráfego fluvial mas em meados do século XVIII estava em tão mau estado que em 1753 teve que ser reparado pelo capitão Ricardo António da Silva Leitão. Contudo, a derrocada da plataforma onde se encontrava era inevitável e acabou por ser destruído. A estrutura que hoje pode ser vista no local foi na realidade construída em meados do século XIX, depois da elevação à categoria de cidade de Óbidos.

5- BOI-BUMBÁ – FESTA DA PADROEIRA SENHORA SANT’ANA

Até 1924 a celebração da padroeira da cidade, Sant’Ana, resumia-se a nove dias de missa e a fechar, no dia 26 de Julho, procissão, quermesse e fogo de artificio. Em 1925 as coisas mudaram um pouco, com uma procissão reforçada com toda as imagens de santos existentes na vila, levados em andores ornamentados. Quis o destino que ocasiões particulares enriquecessem as celebrações nos anos que se seguiram. Em 1935 adotou-se um expediente para angariação de doações necessárias para a festa que implicava a saída da imagem da santa, e foi isto que originou a primeira procissão fluvial. Desde então a festa tem-se alargado, durando agora duas semanas e incluindo inúmeras manifestações folclóricas, como a como a do “boi-bumbá” e a da “garcinha”.

6- CARNAVAL DE ÓBIDOS – CARNAPAUXIS

O Carnaval festeja-se em Óbidos de forma muito própria e tem aqui o nome de Carnapauxis, que decorre durante sete dias. É também chamado de A Festa do Mascarado Fobó, tendo em Fobó a sua figura central. A sua figura é característica: capacete colorido, a máscara artesanal, bexiga de boi, a roupa com motivos florais. Existem Blocos, que correspondem a agrupamentos. Seis deles estão autorizados a participar no desfile oficial, mas existem outros que tomam parte nas celebrações. As raízes do Carnaval de Óbidos podem ser encontradas nas celebrações do Entrudo, realizadas pelas famílias poderosas de outrora: por essa altura era habitual os elementos dessas famílias munirem-se de fuligem e farinha para “atacar” quem quer que passasse por perto. Em 1918 surgiram os bailes dos “Blocos”. Em 1927 criaram-se os “clubes”. Entre 1970 e 1990 a crise econômica acabou com o Carnaval de Óbidos mas agora ele aí está, mais animado e colorido e chamando até à cidade uma imensa multidão.